sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Pegadas



Quem conhece a sua ignorância revela a mais profunda sapiência.
Quem ignora a sua ignorância vive na mais profunda ilusão.
(Lao-Tsé)


Andamos muito, nos apressamos demais.

A certeza de que não possuimos controle da vida se manifesta de diferentes formas e contextos; e quando frear nos evidencia sermos insconstantemente impossibilitados... mais humanos do que máquinas aceleradas, brecamos diante do tempo, frente ao vazio que atravessamos correndo.

Passos largos ou até mesmo pegadas irregulares.

Nos comportamos como loucos, olhamos para todos as direções buscando alternativas,estapafúrdias e infundadas razões que nos mantenha no caminho, uma rota ocasionalmente confortável. Seguimos o restrito sinal verde, aquele que colocamos na rota superficial de nossas vidas.

Andar descalço nem pensar?, escolhas pessoais.
Pisamos com força, dominamos o território que construímos ao nosso redor, subimos muros diante de emoções, desperdiçamos a razão simplesmente por julga-la dona de nossa visão.
Continuar desviando ainda é a melhor maneira de cegarmos as oportunidades que encontramos no caminho.

Porém, tudo tem um limite de ser.
E quando olhamos para frente e visualizamos a análise que fazemos de nosso comportamento, tão estupidamente calculado é que compreendemos a necessidade de sermos menos analíticos com os nossos sentimentos e condutas diante da vida, ela nos arrebata quando estamos um instante vulnerável...nos breca e nos faz contar as pegadas que construímos e aquelas que subitamente desviamos de nossa direção.

Começa-se então a saborear os riscos, enxergar entre as frestas que lutamos em cegar; afinal a saga de um homem encontra-se justamente nisso: contemplar.
Se tudo possui um movimento central, constatamos que uma hora voltamos ao centro de tudo e reiniciamos nossos passos de maneira mais leve, o ciclo volta a girar de maneira mais compassada, não pisamos, flutuamos.
E assim reinventamos o caminho, transformamos experiências em uma renovada jornada:
Andar e correr se tornam sabores impares para a vida, um toque sutil, mas incrivelmente arrebatador: transformar marcas em passos e passos em pegadas.

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