sábado, 8 de maio de 2010

A ARTE DE DESCOBRIR

Eu preciso descobrir o que é exatamente que você prefere: doce ou amargo, intenso ou tranquilo. Com ou sem sacanagem. Se na sexta cai melhor macarrão ou sopa, inverno ou verão. Eu sempre prefiro o inverno porque no inverno o calor humano sustenta de um jeito que dá para dormir uma vida inteira agarrado, sem suar nojento e abafado, um na respiração baforal do outro. Porque se eu souber se a coca é zero ou light muda tudo até o cardápio que eu nunca escolhi porque afinal, eu cozinho mal para cacete.

E também se você dorme de meia porque os caras que dormem de meia costumam ser mais românticos e mais amáveis. E burgueses de um jeito que eu odeio de tanto que acho charmoso de tão cafona. Mas um cara que assume suas cafonices é bem digno de ser chamado de charmoso.
Eu também quero ter certeza do que você escolheria. Um filme ou uma música? Nem existe amor e eu quero saber se o seu sobrenome combina com o meu e que pegada é essa que você diz que tem e que mesmo morrendo para duvidar, eu vivo para ter certeza.
Chá verde ou preto? Eu sou apressada porque fui prematura. Eu quero saber tudo de você agora porque amanhã pode ser sempre tarde demais. Eu queria saber se esse cheiro da sua glândula esquerda é suave ou forte. Se ia me dar vontade de vomitar ou de te amar até que o quinto dos infernos me castigasse por ser essa pecadora sem limites.
Esse seu jeito de ir para cima, esse seu espaço que ocupa o mundo todo é tudo mais azul que a piscina dos meus sonhos de menina virgem. Você ainda não me disse quantos banhos por semana e quantas escovadas de dentes diárias. Eu odeio quando você me diz que eu quero atenção. O dia que eu quiser atenção eu saio por aí de melancia na cabeça. Colo ou cama? De galinha ou de carne? 2 e 1 ou só 1 meia boca? Eu quero nao ter saída.
Todos os meus amores tinham milhares de defeitos que eu nunca quis ver porque, afinal eles eram meus amores. E eu sou o defeito encarnado. Eu sempre tive um medo mortal de skate e de coisas mal resolvidas. Cerveja ou conhaque? Hoje está frio. Sabe Isabela Taviani? A mulher é incrível porque ela fala de tudo que eu queria falar. Você esmagou meu repertório de um jeito que eu tenho desejo de te matar por asfixia. Medo de morrer? Ou de viver? Samba em Sampa? Sei lá, mas é que parece que você vai surgir do nada, me lançar para lá de uma cerca e depois, quando eu já estivesse muito assustada, você reaparaceria vestido de super herói e me resgataria.
Armadilha ou armadura? Você me liga ou eu te ligo?

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